data-filename="retriever" style="width: 100%;">Todos os anos, logo na chegada dos primeiros dias frios, meus pensamentos vão para os mais vulneráveis. Vulneráveis por suas situações social e econômica, como também por sucessivas escolhas erradas ou por falta de escolhas ao longo de sua história. Eles vivem situações de abandono, esquecimento e muitas restrições.
A pandemia da COVID-19 vivenciada pelo mundo fez com que aumentasse o número destas pessoas. E, como nunca, se precisou tanto que se olhasse para os outros com COMPAIXÃO. Olhar com compaixão é muito mais que ter empatia, pois a compaixão nos leva a ação. Ela nos leva a fazer algo, a ir além da fala ou do sentimento de empatia. A compaixão nos faz fazer algo para mudar a situação que nos causa ou nos leva a compaixão.
A humanidade está precisando ser olhada com compaixão pela própria humanidade. Em outras palavras, os homens precisam enxergam uns aos outros, as suas mazelas, as suas dores e fazer algo. Nós precisamos nos por em movimento para ajudar, mas de forma imediata. Aqueles que possuem melhores condições econômicas precisam olhar para os lados e ajudar. Não é necessário grandes partilhas e doações. Apenas ajude. Ajude com o que for possível, ajude com o que sobra, ajude com aquilo que não vai lhe fazer falta; mas se não tiver nada material para compartilhar, ajude com sua alegria, com sua escuta, com seu apoio, com seu respeito, com a sua postura de prevenção de doença e promoção da saúde. Acima de tudo faça algo, tenha compaixão.
Em nossa cidade temos cerca de 22000 (vinte e duas mil) pessoas que precisam de sua ajuda para se manter economicamente, com o mínimo necessário. E temos três lares de idosos que abrigam pessoas vulneráveis que, como nunca, precisam de apoio e ajuda econômica. Estas instituições vivem historicamente com dificuldades, porém os problemas ficaram mais complexos, seja pela dificuldade de trabalho voluntário, seja pelas dificuldades para acesso a doações e eventos que arrecadavam as doações.
Falo aqui de forma muito especial do Lar das Vovozinhas, onde atualmente 134 idosas são assistidas e apenas um terço delas com vínculos familiares - as outras são pessoas sozinhas. Muitas dessas moradoras certamente não têm condição nenhuma de viver senão em uma instituição como o Lar das Vovozinhas. Elas são portadoras de doenças graves: trinta e três (33) delas com doença de Alzheimer avançado (estão acamadas, com sondas, sem vida de "troca" etc ), vinte e três (23) com esquizofrenia e as demais com sequelas de acidentes vascular cerebrais (AVC), psicopatias, cardiopatias, diabete e muitas outras doenças. Cuidar destas pessoas tem um custo elevado, por isso precisamos de pessoas. Pessoas que trabalhem 24 horas. Quem tem um idoso em casa que precisa de cuidados sabe que alguém da família precisa se dedicar ao cuidado ou é necessário contratar profissionais para isto (muitas vezes em tempo integral) ou um familiar abandonar seus afazeres para poder cuidar do idoso.
É importante lembrar que cada vez mais teremos idosos e pessoas que precisam de cuidados. Consequentemente, serão necessárias mais instituições que de apoio e zelo pelos idosos. Lembrando também que de cada dez pessoas que morrem apenas uma morre subitamente - as outras nove vão precisar de algum tipo de cuidado no seu envelhecer.
Instituições filantrópicas como o Lar das Vovozinhas, a Vila Itagiba e o Abrigo Oscar Pittan são FUNDAMENTAIS em nossa estrutura social. Elas precisam de compaixão e de políticas públicas que auxiliem a manutenção e o cuidados, principalmente das pessoas mais doentes e esquecidas por todos. Hoje peço empatia com ação no momento de fazer seu imposto de renda dirigindo parte dele às instituições que cuidam de idosos e a projetos que atendem crianças. E aos nossos políticos e gestores públicos, tenham COMPAIXÃO para com os idosos, as Instituições precisam de ajuda. O Lar das Vovozinhas precisa de ajuda. Não há como cuidar sem pessoas, sem profissionais, sem insumos. E tudo isso custa dinheiro. Peço a todos que tenham compaixão e ajudem a manter os idosos que estão doentes e abandonados em nossa cidade.